Isolamento em Parede Dupla

Isolamento em Parede Dupla


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Descrição do Sistema
O isolamento em parede dupla consiste na aplicação de uma camada de EPS entre dois panos de parede. Trata-se de um sistema de isolamento térmico tradicional e largamente divulgado. Em moradias, os dois panos de parede são normalmente em tijolo. Em empenas de prédios, o pano exterior da parede poderá ser em betão e o pano interior em tijolo. Em certas regiões, em um ou em ambos os panos da parede, outros materiais são utilizados.

Campos de Utilização

Este sistema de isolamento térmico adapta-se a paredes de construções novas. Há muito tempo que é habitual a construção de paredes com “caixa de ar”. Esta solução de isolamento térmico, em que o espaço entre os dois panos da parede é preenchido com placas de EPS, é viável sempre que se recorra a esta solução construtiva.

Características do EPS a utilizar
O EPS a utilizar deverá ser o do tipo EPS 60, ou superior. Estes tipos de EPS garantem a propriedade de isolamento térmico habitualmente utilizada no cálculo para o EPS.

Vantagens do Sistema
Este sistema de isolamento térmico tem as seguintes vantagens principais:
a) É compatível com as soluções construtivas tradicionais, na medida que não requer mão de obra especializada, nem materiais especiais para a sua aplicação.
b) Facilita a execução da parede dupla, pois as placas de EPS servem de encosto para o segundo plano de tijolos.
c) Proporciona bons níveis de isolamento térmico, especialmente se houver cuidado com o tratamento térmico das vigas e pilares.

Princípios de Aplicação
As placas de EPS são coladas à face interior do pano exterior da parede. Estas devem ser colocadas com cuidado para se evitarem espaços nas juntas das placas. Encostado à camada do EPS é construído o pano de parede interior.

Recomendações Especiais
a) Tratamento das pontes térmicas.
Para obter o máximo efeito desta solução de isolamento térmico é necessário eliminar as pontes térmicas, ou seja, deve se isolar termicamente também as vigas, pilares e caixas de estore. Tal torna-se mais fácil, se estes pormenores do isolamento forem previstos desde a altura do projecto do edifício.
b) Variações de temperatura no pano exterior da parede.
A camada isolante em EPS dentro da parede faz com que o pano exterior da parede esteja sujeito a uma maior amplitude de temperatura. Tal fenómeno vai provocar mais esforços nas zonas de encontro dos diversos materiais (ex.: tijolo, betão, reboco) bem como a consequente fissuração, facto a tomar em conta na escolha do revestimento exterior.
c) Comportamento higrotérmico.
Para evitar a condensação do vapor de água dentro da parede, o pano exterior da parede e o revestimento exterior deverão ser bastante permeáveis ao vapor de água (ex.: tijolo, tinta de água de base acrílica). Sempre que o pano exterior da parede não for muito permeável ao vapor de água (ex.: betão, tinta de borracha), poderá ser necessário aplicar uma barreira ao vapor ao pano interior da parede. Neste caso recomenda-se uma verificação das propriedades higrotérmicas da parede, especialmente nas zonas mais frias de Inverno. Para evitar as condensações na face interior da parede nas zonas das vigas e pilares, deve se proceder ao tratamento das pontes térmicas (ver ponto a).

PAREDES SIMPLES DE FACHADA
Isolante interior                                                                                                                                                K[W/m² ºC]

EPS
esp.
[mm]

ALVENARIA SIMPLES

PLANOS DE BETÃO
NORMAL E DE
ALVENARIA

DE TIJOLO

DE BLOCO DE BETÃO

FURADO

PERFURADO
OU MACIÇO/
FURADO

LEVE

NORMAL

DE
TIJOLO
FURADO

DE
BLOCOS
DE
BETÃO

ESPESSURA EXTERIOR/INTERIOR [m]

ESPESSURA
ALVENARIA [m]

0,11
0,11

0,11
0,15

0,11
0,11

0,11
0,15

0,10
0,10

0,10
0,15

0,10
0,15

0,10

0,10

1,40

1,20

1,55

1,30

1,30

1,10

1,50

1,55

1,55

20

0,95

0,90

1,00

0,90

0,90

0,80

1,00

1,00

1,00

40

0,65

0,60

0,70

0,65

0,60

0,60

0,65

0,70

0,70

60

0,50

0,45

0,50

0,50

0,45

0,45

0,50

0,50

0,50

* Os valores “K” indicados acima são válidos para as zonas correntes das paredes. Para efeitos do RCCTE estes valores têm de ser corrigidos com o factor de concentração das perdas “fc” para tomar em consideração as eventuais heterogenidades das propriedades térmicas das paredes.